segunda-feira, 3 de março de 2008

Celular vai substituir cartão de crédito

Uso do aparelho para pagar compras entrou na mira de operadoras, bancos, administradoras e empresas de Internet



O telefone celular está ganhando uma nova função. Depois de virar agenda, passatempo (jogos), máquina fotográfica, rádio FM, tocador de MP3, relógio, calculadora, câmera de vídeo e acesso à Internet, agora é a vez do aparelho se transformar em cartão de crédito. À primeira vista, pode parecer loucura, mas, acredite, já tem gente no Brasil usando o telefone para pagar compras.

O esquema é mais simples do que se imagina. Basta o consumidor cadastrar seu telefone celular como cartão de crédito junto a uma agência bancária. Assim que realiza uma compra, o consumidor informa o número de seu celular ao vendedor. Por meio de um aparelho eletrônico, o vendedor informa o banco sobre as compras que estão sendo realizadas.

Depois, por questão de segurança, o banco envia uma mensagem no celular do consumidor para que ele confirme a compra ao digitar uma senha pessoal. Feito isso, a transação é finalizada sem nenhum custo adicional para o cliente.

O valor da compra poderá ser debitado imediatamente na conta corrente do cliente (débito) ou ser pago mensalmente, como se fosse uma fatura de cartão de crédito. Com isso, não será mais preciso carregar carteira ou cartão de crédito quando sair às compras. Basta apenas levar o celular que, naturalmente, já é carregado para todo canto hoje em dia.

Essa nova tecnologia, conhecida como “mobile payment”, ou simplesmente “m-payment”, que significa pagamento móvel em português, já é uma realidade em São Paulo e outras capitais. A expectativa é que, até meados deste ano, cerca de 500 mil usuários já estejam utilizando o sistema não só em grandes centros urbanos, mas também em aglomerações eventuais como exposições de gado, estádios de futebol e grandes reuniões públicas.

A previsão é de Jorge Marinho, presidente da M-Pay, empresa que introduziu no Brasil a tecnologia de pagamentos via celular para máquinas de auto-serviço (“vending machines”), como as que vendem refrigerantes.

O Brasil tem atualmente mais de 122 milhões de telefones celulares em operação, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na opinião de Marinho, isso dá ao “m-payment” um poder de expansão incrível como meio de pagamento eletrônico.

“Pelos cálculos mais recentes da McKinsey (empresa de consultoria), o Brasil está na dianteira do avanço dos cartões como meio de pagamento, com taxa de crescimento de 14% ao ano em número de cartões e 24% em número de transações. Nossa proposta é associar o celular à estratégia das empresas de cartão, em parceria com as operadoras, e viabilizar este tipo de transação onde não seria economicamente viável instalar um terminal de captura de cartões”, explica o presidente da M-Pay.

No Japão, essa tecnologia existe há pelo menos cinco anos. Apesar de ainda ser pouco utilizado fora do Japão, os serviços de “mobile payments” tendem a ganhar terreno em todo o mundo nos próximos anos.

Esse otimismo se justifica por se tratar de um serviço que é oferecido em um aparelho eletrônico que está presente em praticamente todas as camadas sociais.

No entanto, para ser aceito pela sociedade é preciso que as aplicações sejam simples e seguras. O tempo da transação também é um item importante que precisa ser levado em consideração. Para poder competir com o cartão de crédito, uma compra com celular não poderá demorar mais do que 30 segundos.

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